Reforma tributária no Brasil: mais isenção e novo imposto mínimo para altos rendimentos

Reforma tributária no Brasil: mais isenção e novo imposto mínimo para altos rendimentos
vitor augusto 22 set 2025 11 Comentários Economia

O Brasil deu mais um passo rumo a uma reforma tributária que pode mudar a vida de milhões de contribuintes. No dia 18 de março de 2025, o executivo enviou ao Congresso o Projeto de Lei 1.087/2025, que traz um pacote de alterações no Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) e em tributos empresariais. A ideia central? Aliviar a carga sobre quem ganha menos e cobrar mais de quem tem renda alta, tudo para manter o caixa do Estado sem apertar ainda mais a classe média.

Principais mudanças na tributação de pessoa física

A novidade mais chamativa é a elevação da faixa de isenção mensal de R$2.428,80 para R$5.000. Se antes quem ganhava até cerca de R$2,4 mil ficava livre do IR, agora cerca de 15 milhões de brasileiros passam a não pagar nada, pois seus salários mensais permanecem abaixo do novo limite. Para quem ganha entre R$5 mil e R$7 mil, o projeto propõe deduções adicionais que reduzem gradualmente as alíquotas, ainda mantendo a estrutura progressiva original (7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%).

Mas o governo reconhece que a ampliação da isenção tira receita. Por isso, cria o chamado Imposto de Renda Mínimo (IRPFM). A partir de renda mensal de R$50 mil, o contribuinte passa a pagar uma alíquota mínima que pode chegar a 10% para quem fatura R$100 mil ou mais por mês. Anualmente, quem tem renda acima de R$1,2 milhão deve pagar, no mínimo, 10% do total, mesmo que já tenha recolhido menos ao longo do ano. Um exemplo prático: um contribuinte que declarou R$1,2 milhão e já pagou 8% de IRPF precisaria complementar 2% para atingir o patamar mínimo.

Impactos nas empresas e outras medidas fiscais

Impactos nas empresas e outras medidas fiscais

Além das mudanças no IRPF, o PL 1.087/2025 mexe nos tributos corporativos. Pela primeira vez, dividendos distribuídos por empresas serão tributados, encerrando a isenção que já existia há décadas. A alíquota incidirá sobre o lucro distribuído, embora ainda não tenha sido fixada, gerando debate entre acionistas e investidores.

Outras alterações incluem o aumento da alíquota de retenção sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%, e a taxação de investimentos financeiros antes isentos, como fundos ligados ao agronegócio e ao setor imobiliário, que passarão a pagar 5% de imposto.

Os jogos de aposta online também sentirão o impacto: a taxa sobre apostas virtuais sobe de 12% para 18% a partir de 1º de outubro de 2025. Já a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) será elevada de 9% para 15%, afetando principalmente bancos e grandes empresas de serviço.

Politicamente, a reforma tem a bandeira da administração Lula como prioridade para 2025. O relator na Câmara, Arthur Lira, já desempenhou papel crucial na aprovação da reforma do consumo em 2023, o que indica que o texto tem boas chances de avançar, ainda que os parlamentares tenham sinalizado que ajustes podem ser feitos nas discussões de bancada.

Analistas econômicos apontam que, se aprovada, a medida pode melhorar a progressividade do sistema, ao reduzir a carga para a maioria e reforçar a tributação sobre os que mais têm. Por outro lado, os críticos alertam para o risco de desincentivar investimentos ao taxar dividendos e elevar a CSLL, o que poderia pesar na competitividade de empresas brasileiras no mercado global.

11 Comentários

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    Yael -

    setembro 24, 2025 AT 17:35
    Finalmente! Isso é justiça fiscal, gente. Quem ganha menos nunca teve chance, e agora pelo menos vai respirar. Essa reforma é um passo histórico, e quem não entender isso tá preso no passado.
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    Mauro Cabral

    setembro 24, 2025 AT 23:36
    Ah, claro. Mais imposto pra quem cria empregos e investe. Enquanto isso, o povo vai continuar acreditando que 'tributar os ricos' resolve tudo. E o crescimento? A inflação? A burocracia? Nada disso importa, só tem que 'ser justo'.
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    Willian Wendos

    setembro 25, 2025 AT 08:46
    A justiça não é só sobre quanto você paga, mas sobre quem você deixa de esmagar. A isenção em R$5 mil não é generosidade, é correção. O sistema brasileiro sempre foi um jogo de cartas marcadas onde o pobre paga pelo erro do rico. Isso aqui é o primeiro passo pra desmontar a máquina.
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    Joarez Miranda

    setembro 27, 2025 AT 07:17
    É importante lembrar que tributação não é punição. É investimento coletivo. Se a gente quer saúde, educação, segurança, alguém precisa pagar. E quem tem mais, tem mais capacidade. Isso não é ideologia, é lógica básica de convivência.
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    VICTOR muniz

    setembro 28, 2025 AT 13:30
    Essa reforma é uma armadilha do PT pra controlar a economia. Taxar dividendos? Isso é guerra contra o empreendedor. Vai ver o cara que montou uma empresa vai ter que vender o carro pra pagar o imposto. E o governo ainda quer que a gente acredite que é justiça
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    Preta Petit

    setembro 29, 2025 AT 16:04
    e se isso for um plano pra controlar a gente? tipo... se vc ganha mais de 50 mil vc é suspeito? e se o governo ta usando isso pra rastrear tudo? eu acho q isso é o começo da vigilancia total. nao confio
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    Camila Undurraga

    outubro 1, 2025 AT 04:03
    Se você acha que taxar dividendos vai matar o investimento, você nunca viu um país desenvolvido. A Suécia, a Alemanha, o Canadá - todos taxam. E ainda assim têm empresas globais. O Brasil tá atrasado, não é injusto.
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    Bruno Bê

    outubro 2, 2025 AT 12:53
    A classe média brasileira foi enganada por décadas. Agora, o Estado quer mais dinheiro - mas não vai melhorar a qualidade de vida. Só vai encher os bolsos da máquina pública. A verdade é que ninguém confia no governo para gastar bem. E isso não é ideologia. É experiência.
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    Heitor Melo

    outubro 2, 2025 AT 14:10
    Acho que o ponto mais importante não é se é justo ou não, mas se é sustentável. Se a gente quer reduzir a desigualdade sem matar a economia, esse é o caminho. Não é perfeito, mas é o melhor que já propuseram em 20 anos.
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    Pedro Cardoso

    outubro 3, 2025 AT 19:34
    A reforma não resolve tudo, mas ela reconhece uma realidade que a gente fingia não existir: que o Brasil sempre cobrou mais dos que menos tinham. Isso aqui é o primeiro passo pra uma sociedade que não vê pobreza como escolha, mas como falha do sistema. Não é milagre, mas é um começo.
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    gabriel miranda da silva

    outubro 4, 2025 AT 12:00
    se o governo quer mais grana, pq nao taxar os youtubers e influencer q ganham 10 mil por post? isso aqui ta tudo errado, só ta botando peso no trabalhador comum e deixando os ricos escaparem com offshore

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