Vasco perde para o Mirassol por 2 a 0 e vê sonho de Libertadores desmoronar

Vasco perde para o Mirassol por 2 a 0 e vê sonho de Libertadores desmoronar
vitor augusto 3 dez 2025 0 Comentários Futebol

O Vasco da Gama foi derrotado por Mirassol por 2 a 0 na noite de terça-feira, 2 de dezembro de 2025, no Estádio São Januário, no Rio de Janeiro. A derrota, válida pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A 2025Rio de Janeiro, não só encerrou qualquer esperança de acesso à Copa Libertadores da América, mas expôs uma crise de eficiência que vem se arrastando desde o início do ano. Os gols foram marcados por Renato Marques aos 25 minutos do segundo tempo e por Carlos Eduardo Ferreira em contra-ataque, em jogadas que revelaram falhas estruturais na defesa carioca. O técnico Fernando Diniz, que assumiu o comando em meio à temporada, não escondeu a frustração: "O time jogou bem, mas teve dificuldade de converter as chances em gols". E isso, no futebol moderno, é uma sentença.

Um milagre de Mirassol: o estreante que virou gigante

O Mirassol, clube de São Paulo com história modesta, fez algo inédito: terminou a primeira temporada na Série A como o time mais forte em casa. Com 12 vitórias e 6 empates em 18 jogos no Estádio José Maria de Campos, o clube acumulou 42 pontos — recorde absoluto para um estreante na elite. A vitória sobre o Vasco não foi apenas um resultado: foi o fechamento de um ciclo. Com o triunfo, o Mirassol garantiu matematicamente a vaga na fase de grupos da Copa Libertadores da América como quarto colocado. Isso significa que, em 2026, um time que nem tinha estádio próprio há cinco anos vai enfrentar o Flamengo, o River Plate e o Barcelona de Guayaquil. A transformação é tão absurda quanto inspiradora.

As falhas que custaram o Vasco

O Vasco da Gama entrou em campo com a expectativa de reagir após a derrota por 2 a 1 para o Vitória na rodada anterior. Mas o que se viu foi uma equipe desorganizada, sem identidade ofensiva e com a defesa em colapso. O goleiro Léo Jardim, que vinha sendo elogiado nas últimas semanas, foi o alvo principal das críticas. O primeiro gol sofrido foi em um cruzamento rasteiro de Guilherme, que Renato Marques aproveitou com um toque preciso para o cantinho. O segundo, em contra-ataque, foi fruto de uma falha coletiva: Carlos Cuesta e Felipe Coutinho se confundiram, deixando Carlos Eduardo Ferreira livre para finalizar. O árbitro Paulo César Zanovel da Silva, da CBF, comandou a partida com auxílio dos árbitros de vídeo de Minas Gerais e Goiás, mas nenhuma decisão foi contestada — porque não houve erro, apenas desespero.

Curiosamente, o técnico Fernando Diniz tentou desvalorizar o adversário após o jogo: "O Mirassol fez uma de suas piores partidas no retrospecto recente". Mas os números não mentem. O time paulista venceu 10 dos últimos 12 jogos como mandante, e o Vasco perdeu 7 dos últimos 10 em casa. A contradição é gritante. Enquanto o Mirassol construiu uma cultura de vitória, o Vasco parece se contentar com o discurso de que "jogou bem" — mesmo quando perde.

As declarações que acenderam o fogo

A tensão entre as duas equipes não começou naquele dia. Em julho de 2025, o presidente do Vasco, Pedrinho, fez uma declaração que virou meme: "A torcida não gostaria de ver os 11 titulares do time paulista com a camisa do Vasco". A frase, feita em referência ao elenco do Mirassol, foi interpretada como um desrespeito à equipe que, naquele momento, já estava em ascensão. Muitos torcedores cariocas se sentiram ofendidos — não só por causa do tom, mas porque a verdade é que, naquele momento, o Mirassol tinha jogadores mais eficientes que grande parte do elenco do Vasco. A derrota de terça-feira foi, em parte, uma resposta silenciosa a essa arrogância.

O que está em jogo agora

O que está em jogo agora

O Vasco encerra a Série A 2025 no domingo, 8 de dezembro, em Belo Horizonte, contra o Atlético Mineiro. Mesmo com uma vitória, o clube só pode garantir vaga na Copa Sul-Americana se os times à sua frente falharem. As chances são mínimas. Ainda assim, o foco agora é a Copa do Brasil. O Vasco enfrenta o Fluminense na semifinal, com os dois jogos marcados para o Maracanã. É a última chance de resgatar algo de dignidade nesta temporada caótica.

Um clube em crise, um time que nasceu

O que aconteceu no São Januário não foi apenas uma derrota. Foi o espelho de duas realidades distintas. Enquanto o Mirassol construiu um projeto sólido, com gestão profissional, investimento em base e paciência, o Vasco vive de nostalgia e decisões impulsivas. O presidente Pedrinho, que prometeu reformas em 2024, ainda não apresentou um plano de longo prazo. O técnico Fernando Diniz, que chegou com fama de "filósofo do futebol", não conseguiu impor um estilo claro. E a torcida? Ela já não espera mais por títulos. Só espera por respeito.

Frequently Asked Questions

Como o Mirassol conseguiu se tornar tão forte em casa na primeira temporada na Série A?

O Mirassol construiu um time coeso com jogadores experientes da Série B e jovens promissores, todos treinados por Rafael Guanais com foco em organização defensiva e contra-ataques rápidos. O clube investiu em infraestrutura e logística, garantindo que os jogadores tivessem condições ideais de preparação. O resultado: 42 pontos em casa, com 12 vitórias e 6 empates — recorde para um estreante na elite.

Por que o Vasco não consegue converter chances em gols?

O Vasco tem um problema crônico de finalização: dos 153 chutes a gol na temporada, apenas 28 resultaram em gols — menos de 18% de eficiência. A falta de um centroavante de referência e a ausência de um meia criativo constante deixam a equipe desequilibrada. Além disso, jogadores como Vinícius Júnior e Bruno Henrique, que poderiam ser soluções, estão lesionados ou desacreditados.

O que a derrota para o Mirassol significa para o futuro do Vasco?

A derrota reforça a necessidade de uma reformulação profunda. Sem acesso à Libertadores, o clube perde receitas de TV, patrocínios e bilheteria. A diretoria já sinaliza que o técnico Fernando Diniz pode não ter continuidade. O foco agora é a Copa do Brasil, mas a pressão por mudanças no elenco e na gestão vai crescer drasticamente nos próximos meses.

O Mirassol pode manter esse nível em 2026 na Libertadores?

É difícil, mas não impossível. O clube tem um elenco mais experiente do que parece, com jogadores como Renato Marques e Carlos Eduardo Ferreira em ótima fase. Se mantiver a base e fizer pelo menos uma contratação de qualidade, pode surpreender. A chave será a gestão: evitar que jogadores-chave sejam comprados por times maiores antes da competição.

Quem foi o responsável técnico pelo sucesso do Mirassol?

O técnico Rafael Guanais foi peça central. Ele assumiu em 2024, quando o clube estava na Série B, e implantou um sistema 4-2-3-1 com alta pressão e transição rápida. Sua capacidade de motivar jogadores de baixo custo e extrair o máximo deles foi fundamental. Em 2025, ele foi eleito o melhor técnico da Série A pela CBF.

O Vasco ainda tem chance de entrar na pré-Libertadores?

Não. Mesmo que o Vasco vença o Atlético Mineiro no último jogo, a classificação para a pré-Libertadores depende de que o Flamengo, o Palmeiras e o Corinthians percam pontos e que o próprio Vasco supere o 7º colocado por mais de quatro pontos — algo impossível com a diferença atual de 11 pontos. A porta está fechada.