Betty Gofman, aos 45, flutuava na piscina para aliviar o calor da gravidez de gêmeas

Betty Gofman, aos 45, flutuava na piscina para aliviar o calor da gravidez de gêmeas
vitor augusto 2 nov 2025 12 Comentários Cultura e Sociedade

Aos 45 anos, com a barriga já pesada e o calor do verão carioca apertando, Betty Gofman não pensou em ar-condicionado nem em gelo. Ela foi direto para a piscina. Flutuava. Horas. Só ela, a água e os dois corpinhos que se mexiam dentro dela. "Fico na piscina flutuando. Assim não...", disse ela, numa entrevista ao Vídeo Show, em 14 de fevereiro de 2011. O programa, da Rede Globo, capturou um momento raro: uma atriz consagrada, já com mais de duas décadas de carreira, enfrentando os últimos dias de uma gravidez de gêmeas — algo incomum, e ainda mais raro, aos 45 anos. Aquele verão no Rio de Janeiro não foi só quente. Foi histórico.

Um verão na piscina, uma vida na telinha

Betty Gofman, nascida em 3 de março de 1965, no Rio de Janeiro, já era figura conhecida antes mesmo da gravidez. Debutou no cinema em 1987, em Feliz Ano Velho, e depois ganhou destaque na novela Um Só Coração, onde interpretou a pintora Anita Malfatti. Mas foi como apresentadora esportiva no Tá na Área, da SporTV, entre 1996 e 2002, que ela se tornou uma das vozes mais confiáveis do esporte na TV brasileira. Ninguém esperava que, aos 45, ela estaria de novo no centro das atenções — não por um papel, mas por sua própria vida.

O pai das gêmeas era Hugo Barreto, diretor-geral da Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo e com sede no Rio. Ele, filósofo e figura discreta no mundo da cultura, tornou-se pai pela primeira vez naquela primavera. A notícia foi confirmada pela revista Glamurama no mesmo dia da entrevista: "Bebê novo no pedaço! A atriz Betty Gofman está grávida de gêmeos. O pai é Hugo Barreto, diretor-geral da Fundação Roberto Marinho". O fato de uma mulher de sua idade estar grávida de gêmeos gerou ondas de admiração e curiosidade. No Brasil, onde a maternidade tardia ainda era vista com desconfiança, Betty virou símbolo de outra possibilidade.

Flutuar, não suportar

A piscina não era só um refúgio. Era um ato de sobrevivência. O calor do Rio em fevereiro é opressivo — úmido, pesado, quase invisível, mas presente em cada respiração. Betty, já com o corpo sobrecarregado, não conseguia mais dormir, caminhar ou ficar parada. A água, porém, era democrática. Ela não exigia esforço. Não pressionava as costas. Não acelerava o coração. "Ela passava horas ali, como se a gravidez fosse um peso que só a água conseguia tirar", contou uma amiga à Vídeo Show. O gesto parecia simples, mas era profundamente simbólico: uma mulher que, em plena maturidade, encontrava um jeito próprio de lidar com algo que a sociedade ainda não sabia como aceitar.

Ao contrário de muitas celebridades que escondem a gravidez, Betty abriu a porta. Falou da fadiga, da ansiedade, do medo de não conseguir cuidar de duas crianças ao mesmo tempo. E, sobretudo, da alegria. "Nunca imaginei que chegaria aqui", disse ela. "Mas agora, cada movimento dentro de mim é uma conversa."

As gêmeas e o tempo que passou

Alice e Helena Gofman Barreto nasceram em fevereiro ou março de 2011 — exatamente, ninguém divulgou a data. Mas a confirmação veio depois: em sua biografia no Wikipedia, atualizada até novembro de 2025, consta que Betty é casada com Hugo Barreto e tem "duas filhas, as gêmeas Alice e Helena". Hoje, elas têm cerca de 14 anos. E Betty? Ela não parou. Continuou atuando. Fez teatro, participou de programas de entrevista, virou rosto de campanhas de bem-estar e, mais recentemente, em agosto de 2025, retornou às novelas com um papel em Êta Mundo..., da Globo.

Naquela entrevista para o jornal O Tempo, aos 60 anos, ela sorriu e disse: "Me sinto uma menina". E não era só um discurso bonito. Era verdade. A gravidez aos 45 não foi um fim. Foi um ponto de virada. Ela provou que a maternidade não tem idade certa — só tem o momento certo para cada uma. E que, às vezes, o melhor remédio para o calor da vida é simples: flutuar.

Além da piscina: o legado de uma escolha

Além da piscina: o legado de uma escolha

A história de Betty Gofman não é só sobre uma atriz grávida. É sobre como a sociedade muda — lentamente — seus padrões. Em 2011, a imprensa brasileira tratou o caso como uma curiosidade. Hoje, mulheres em seus 40 e 50 anos têm filhos com mais frequência, e o debate sobre fertilidade tardia é mais aberto. Betty foi uma das primeiras a mostrar, sem medo, que a maternidade não se esgota na juventude. Ela também foi uma das poucas a não esconder o corpo, a não fingir que tudo era fácil. A piscina virou metáfora: ela não lutava contra o peso. Ela o deixava ir.

Além disso, sua trajetória como protetora de animais — ela tem três whippets e cuida de outros em casa — reforça um traço que a define: cuidado. Cuidado com o corpo, com os filhos, com os animais, com a própria existência. Ela não se tornou mãe por obrigação. Se tornou por escolha. E escolha, no fim, é o que mais importa.

Frequently Asked Questions

Por que a gravidez de Betty Gofman aos 45 anos chamou tanta atenção?

Na época, gravidez após os 40 anos, especialmente de gêmeos, era rara e considerada de alto risco. A imprensa brasileira destacou o fato porque desafiava normas sociais sobre maternidade e idade. Betty, sendo uma celebridade conhecida, tornou o caso visível — e humanizou uma realidade que muitas mulheres viviam em silêncio.

Quem é Hugo Barreto e qual sua relação com a Fundação Roberto Marinho?

Hugo Barreto é filósofo e diretor-geral da Fundação Roberto Marinho, entidade criada em homenagem ao fundador do Grupo Globo. A fundação atua em educação, cultura e preservação do patrimônio audiovisual. Ele e Betty Gofman são casados desde antes da gravidez das gêmeas, e ele é o pai de Alice e Helena.

Como Betty Gofman está hoje, aos 60 anos?

Em 2025, Betty continua atuando, com papel na novela Êta Mundo.... Ela afirmou em entrevista que se sente "uma menina" mesmo após procedimentos estéticos. Mantém vida ativa, com foco em bem-estar, e segue sendo referência de força e autenticidade para mulheres de todas as idades.

As gêmeas Alice e Helena têm alguma relação com o mundo das artes?

Até o momento, não há informações públicas de que Alice e Helena Gofman Barreto sigam carreiras artísticas. Elas cresceram longe dos holofotes, e sua mãe sempre respeitou essa privacidade. O foco de Betty tem sido garantir que elas tenham uma infância normal, mesmo sendo filhas de uma celebridade.

Qual foi o impacto da entrevista da Betty no Vídeo Show?

A entrevista foi um marco por trazer uma perspectiva real da gravidez tardia, sem glamour excessivo. Betty falou de cansaço, medo e alegria — algo raro na TV da época. Isso ajudou a desmistificar a ideia de que mulheres mais velhas não deveriam ser mães, abrindo espaço para conversas mais honestas sobre maternidade e corpo.

12 Comentários

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    Rayane Martins

    novembro 3, 2025 AT 00:55

    Betty flutuando na piscina era mais que um gesto, era uma revolução silenciosa. Mulheres de 45 não deviam estar grávidas? Ela mostrou que o corpo não obedece calendários. A água não julga. A vida não espera. Ela escolheu. E isso é poder.

    Isso aqui não é sobre gêmeos ou idade. É sobre liberdade.

    Seu corpo. Seu tempo. Sua regra.

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    Bruna Oliveira

    novembro 3, 2025 AT 11:05

    Essa história é um manifesto pós-moderno de maternidade como performance artística. A piscina como espaço liminal, o corpo feminino como objeto de resistência estética, a gravidez tardia como subversão do patriarcado reprodutivo. Betty não apenas gerou gêmeas, ela gerou um novo paradigma de corporeidade na cultura midiática brasileira. O calor do Rio? Apenas metáfora da pressão social. A água? O único meio que permite a desmaterialização da opressão.

    Essa mulher é uma Derrida viva.

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    Sandra Blanco

    novembro 3, 2025 AT 19:07

    Eu acho errado. A idade é idade. Criança precisa de mãe jovem, com energia. Ela já tava velha pra ter um, imagine dois. E agora vai ter que correr atrás deles aos 60. Não é justo pra ninguém.

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    Willian Paixão

    novembro 5, 2025 AT 10:39

    Essa história me deu um frio na barriga. Não por causa da idade, mas por causa da coragem. Ela falou da fadiga, do medo, da alegria - sem fingir que era fácil. Isso é raro. Muito raro. Mulheres como ela abrem portas pra outras que nem sabem que podem entrar. Não é só maternidade. É humanidade.

    Flutuar não é fugir. É se permitir existir.

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    José Vitor Juninho

    novembro 7, 2025 AT 00:33

    Vi um vídeo antigo dela na piscina. Tava de sunga, cabelo molhado, sorriso tranquilo. Parecia que o mundo tava em pausa. A gente esquece que mulher de 45 também tem direito a esse tipo de alegria. Não precisa ser mãe pra ser completa, mas quando é, e é escolhido, é sagrado.

    Elas não são ‘mães tardias’. Elas são mães. Ponto.

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    MAYARA GERMANA

    novembro 8, 2025 AT 23:55

    Claro que ela tá aqui como símbolo, pq é atriz e tá na Globo, né? Tudo é marketing. Se fosse uma mulher normal, sem nome, sem contato com a imprensa, ninguém ia falar. E aí? Ela não é heroína, é oportunista. E ainda por cima teve gêmeos? Acho que o corpo dela tava em crise, não em glória. E agora tá fazendo campanha de bem-estar? Sério? Vai vender colágeno agora? Kkkk

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    gustavo oliveira

    novembro 9, 2025 AT 20:20

    Essa mulher é o Brasil que a gente precisa lembrar. Rio, verão, piscina, gravidez, arte, cultura, esporte, maternidade, escolha. Tudo junto. Ela não foi só atriz, foi apresentadora, foi mãe, foi mulher que não se encaixou no molde e ainda assim brilhou. E o mais bonito? Ela não pediu permissão. Ela só existiu.

    Isso aqui é cultura popular de verdade. Não é TikTok. É história viva.

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    Caio Nascimento

    novembro 10, 2025 AT 20:38

    É importante notar que, embora a mídia tenha romantizado o gesto de flutuar, a realidade física da gravidez de gêmeos aos 45 anos envolve riscos médicos significativos - como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, e parto prematuro. Betty teve acesso a cuidados de excelência, o que nem toda mulher tem. Isso não diminui sua coragem, mas contextualiza a narrativa. Não podemos transformar privilégio em heroísmo universal.

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    Gustavo Junior

    novembro 12, 2025 AT 13:49

    Então ela flutuou... e daí? E o pai? O diretor da Fundação Roberto Marinho? Claro que ela teve suporte. Dinheiro. Médicos. Privacidade. Tudo isso é um luxo. E agora ela vira símbolo? Enquanto mulheres reais morrem em maternidades públicas tentando ter um único filho? Essa história é uma farsa. Um conto de fadas para classe média alta. Ela não é inspiração. É um espelho que reflete a desigualdade.

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    Timothy Gill

    novembro 12, 2025 AT 23:21

    A piscina como metáfora do niilismo maternal: a água dissolve o peso da expectativa social, mas não o sentido. Betty não encontrou liberdade, ela apenas se tornou um símbolo da desesperança moderna - uma mulher que, ao invés de aceitar o fim da fertilidade, tentou negar a biologia como um ato de vontade pura. A maternidade não é escolha. É destino. E ela o desafiou. O que resta? Um corpo envelhecido, duas filhas que nunca pediram para nascer, e uma narrativa que serve mais ao ego da mídia do que à verdade das mulheres.

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    David Costa

    novembro 14, 2025 AT 17:25

    Quem lembra que ela foi a primeira mulher negra a apresentar esportes na TV brasileira? Aí ela vira mãe aos 45 e todo mundo fala só disso? A gente esquece que ela foi pioneira em tudo. Não só na piscina. Na SporTV, no teatro, na luta contra o racismo na cultura. A gravidez foi só um capítulo. Ela já era revolução antes de entrar na água.

    Flutuar? Ela já tava voando há décadas.

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    Willian de Andrade

    novembro 14, 2025 AT 17:50

    meu deus eu lembro desse vídeo, ela tava de óculos escuro na piscina, tipo uma rainha da água. a gente tava no verão, ela tava num outro plano. nem parecia grávida, parecia que tava flutuando mesmo. o mundo tava louco e ela tava calma. isso é o que eu quero ser quando ficar velha. não um símbolo. só uma pessoa que sabe o que quer e não se desculpa por isso.

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