Auto Notícias Brasil

Santos x Cruzeiro: virada por 2 a 1 no Mineirão em jogo de tirar o fôlego

Santos x Cruzeiro: virada por 2 a 1 no Mineirão em jogo de tirar o fôlego
vitor augusto 5 set 2025 0 Comentários Esportes

Virada no fim: Santos surpreende Cruzeiro e leva três pontos no Mineirão

Noite pesada em Belo Horizonte, placar magro, roteiro de cinema. O Santos virou para cima do Cruzeiro por 2 a 1 no Mineirão, neste 10 de agosto de 2025, e levou para a Baixada um resultado que muda o ânimo do elenco. O time mineiro, que entrou em campo com campanha sólida (11 vitórias, 4 empates e 4 derrotas), abriu o placar com Fabrício Bruno aos 43 minutos. O Santos reagiu com Guilherme Augusto aos 62 e buscou a vitória no apagar das luzes, com Gustavo Caballero aos 89. Virada fora de casa, na marra, daquelas que marcam um campeonato.

O Cruzeiro fez quase tudo o que se espera de um mandante: controlou a posse, empurrou o adversário para o próprio campo e criou sequência de chegadas com Matheus Pereira articulando por dentro e Kaio Jorge oferecendo profundidade. Com Cássio no gol e Lucas Villalba na zaga, a estrutura celeste em 4-2-3-1 funcionou durante boa parte do jogo. Faltou transformar domínio em vantagem mais confortável quando as chances apareceram.

Do outro lado, o Santos, também no 4-2-3-1, preferiu um bloco mais baixo, linhas compactas e transições rápidas. Não foi brilho, foi disciplina. A equipe esperou o momento certo para acelerar, atacando os espaços às costas dos volantes e escolhendo melhor as finalizações. Nas raras vezes em que subiu a pressão, forçou erro na saída celeste e ganhou terreno.

A transmissão ao vivo pela Jovem Pan Esportes ajudou a capturar o clima de tensão do fim. Fausto Favara narrou o gol da virada com a voltagem que a jogada mereceu, enquanto Raí Monteiro e Guilherme Napolis cravaram: eficiência e frieza do Santos pesaram mais do que a posse e o volume cruzeirense.

Como foi o jogo e o que muda na tabela

Como foi o jogo e o que muda na tabela

O primeiro tempo teve um Cruzeiro dominante: circulação rápida da bola, amplitude pelos lados e muita gente pisando a área. O gol aos 43 minutos saiu como consequência desse empurrão constante. Fabrício Bruno apareceu como elemento surpresa e concluiu, deixando o Mineirão em ebulição. Na ida para o intervalo, a sensação era de que o 1 a 0 poderia virar 2 a 0 se o ritmo seguisse o mesmo.

O vestiário, porém, virou a chave do Santos. A equipe voltou com mais coragem para sair jogando por baixo e com os meias se aproximando do centroavante para reter a bola por alguns segundos a mais. O empate aos 62 minutos foi uma fotografia da mudança de postura: ataque apoiado, infiltração precisa e conclusão de Guilherme Augusto, que apareceu entre as linhas e bateu firme. O gol derrubou a intensidade do Cruzeiro e deu ao visitante a confiança que faltava.

Com o jogo aberto e a torcida pedindo pressão, o Cruzeiro tentou acelerar na reta final. Matheus Pereira buscou o passe de ruptura, e Kaio Jorge brigou com a zaga em bolas esticadas. Só que a leitura defensiva santista melhorou. A cada subida celeste, o Santos respondeu com transições enxutas, sem exagero no último passe. E quando os acréscimos já pareciam inevitáveis, veio o golpe: aos 89, Gustavo Caballero apareceu bem posicionado para completar a jogada e virar o placar.

Virada assim não cai do céu. O Santos foi maduro para sofrer quando precisou e frio para decidir. Mesmo com números desfavoráveis na posse e no território, concluiu melhor. Não à toa, os três pontos vieram no detalhe: posicionamento na área e execução.

Em termos de tabela, o resultado pesa. O Cruzeiro, que começou a rodada com 37 pontos e campanha de 11-4-4, estaciona e soma sua quinta derrota, agora em 11-4-5. É tropeço que não derruba o projeto, mas liga o alerta em confrontos em casa: volume sem precisão cobra a conta. O Santos, que entrou com 6-3-9 e 21 pontos, vai a 24 e passa a 7-3-9. O salto é mais psicológico do que matemático: vencer fora, e de virada, contra um adversário lá de cima, muda o clima no CT e dá combustível para a sequência.

Nos sistemas táticos, o espelho 4-2-3-1 produziu um duelo interessante. O Cruzeiro tentou fluir por dentro, atraindo o Santos para a zona central para depois acionar os corredores. O Santos respondeu afunilando a marcação e levando o rival a cruzar de posições piores. Quando recuperava a bola, buscava o passe vertical logo no primeiro toque. Sem inventar. E quando decidiu subir a marcação, fez de forma coordenada, bloqueando linhas de passe curtas e forçando lançamento.

Individualmente, alguns recortes ajudam a entender o placar. Cássio foi seguro nas saídas e nas bolas aéreas, mas pouco pôde fazer nos gols. Lucas Villalba venceu duelos pelo alto, embora tenha sofrido quando exposto ao espaço. Matheus Pereira distribuiu o jogo, sempre pedindo a bola entre as linhas. Do lado santista, Guilherme Augusto foi decisivo ao atacar as costas dos volantes, e Gustavo Caballero, paciente, escolheu o tempo certo na área. A dupla assinou o resultado.

Do ponto de vista emocional, o Mineirão sentiu o 1 a 1. A energia que vinha das arquibancadas virou impaciência, e isso afeta decisões dentro de campo: o passe fica mais apressado, a finalização sai de um metro mais longe. O Santos aproveitou a oscilação. No fim, a bola do 2 a 1 parecia o tipo de lance que define campanha — e definiu a noite.

Para o Cruzeiro, a lição é clara: transformar controle em chance clara e matar o jogo quando o rival dá espaço. Para o Santos, fica a receita que funcionou: compactação, transição assertiva e sangue frio. Jogo grande pede leitura fina, e foi nisso que o visitante venceu.

No rádio, a equipe da Jovem Pan Esportes resumiu sem rodeios: em clássico nacional como Santos x Cruzeiro, decisão no detalhe pesa mais do que o volume. Foi exatamente o que se viu no Mineirão.

  • Gols: Fabrício Bruno (43' do 1º), Guilherme Augusto (62' do 2º), Gustavo Caballero (89')
  • Formações: Cruzeiro 4-2-3-1; Santos 4-2-3-1
  • Destaques: Matheus Pereira pelo Cruzeiro; Guilherme Augusto e Gustavo Caballero pelo Santos
  • Transmissão: Jovem Pan Esportes, com narração de Fausto Favara e comentários de Raí Monteiro e Guilherme Napolis