
Kaio Jorge comanda a classificação e tabu cai no Mineirão
Um clássico com cara de decisão, um estádio cheio, e um personagem central: Kaio Jorge. No duelo que valia vaga nas semifinais da Copa do Brasil, o Cruzeiro venceu o Atlético-MG por 2 a 0, na noite desta quinta-feira, 11 de setembro de 2025, no Mineirão. Em Cruzeiro x Atlético-MG, o atacante decidiu com gols aos 5 minutos do primeiro tempo e aos 2 da etapa final. A vitória encerrou um jejum cruzeirense contra o rival no estádio que durava desde abril de 2021 e empurrou a Raposa para a próxima fase da competição.
O ambiente foi de jogo grande do início ao fim: 61.584 torcedores nas arquibancadas e uma renda de R$ 6.487.220,04. O Cruzeiro entrou ligado, pressionou desde o primeiro apito e achou o gol cedo, o que mudou o clima do confronto. Com a vantagem no placar, a equipe de Leonardo Jardim foi madura para administrar os momentos de pressão do Atlético e voltou do intervalo com a mesma intensidade, matando o jogo no primeiro ataque do segundo tempo.
Do outro lado, o time de Jorge Sampaoli tentou responder com Hulk, Scarpa e Cuello, mas esbarrou na organização defensiva celeste e terminou a noite com um jogador a menos: Guilherme Arana foi expulso aos 45 do segundo tempo. As tentativas de ajuste com as substituições não mudaram o cenário.
O jogo, as escolhas e o impacto da classificação
A partida começou no ritmo que o Cruzeiro queria. Linha compacta, pressão coordenada no campo de ataque e pouca margem para erro. O gol de Kaio Jorge aos 5 minutos deu tranquilidade e reforçou o plano: reduzir espaços no meio, acelerar quando recuperava a bola e não se expor desnecessariamente. A postura funcionou. O Atlético teve posse em alguns trechos, mas produziu pouco em situações claras, e quando acelerou, encontrou a defesa cruzeirense bem posicionada.
No intervalo, Sampaoli mexeu no desenho e, na sequência, acionou o banco, mas a resposta do Cruzeiro foi imediata. Com 2 minutos da etapa final, Kaio apareceu de novo para balançar a rede e ampliar. A partir dali, o time de Jardim controlou o relógio, alternou momentos de bloco médio e saídas rápidas e deixou a bola com o rival quando precisou respirar. O cartão vermelho para Guilherme Arana, já no fim, encerrou qualquer possibilidade de reação alvinegra.
As trocas também ajudaram a Raposa a segurar o ritmo sem perder estrutura. Entraram Walace, Sinisterra, Eduardo, Matheus Henrique e Gabigol para renovar fôlego, proteger a entrada da área e carregar a bola na transição. No Atlético, Rony, Alan Franco e Reinier foram as apostas, mas o Cruzeiro seguiu mais confortável no jogo.
A atuação coletiva sustentou o brilho individual de Kaio Jorge. O encaixe entre a dupla de volantes, a proteção dos zagueiros e a leitura dos meias para acelerar quando havia espaço deram sustentação ao plano. Em clássico, detalhe pesa — e o Cruzeiro venceu os detalhes: começou melhor, marcou nos momentos-chave e manteve a concentração até o apito final.
A vitória também tem peso simbólico. O tabu no Mineirão contra o rival incomodava a torcida e o elenco. Ao quebrá-lo numa noite de mata-mata, o impacto vai além da vaga. É confiança para a reta final da temporada, atmosfera positiva no vestiário e recado para os próximos adversários: o time sabe competir sob pressão.
No bolso, o efeito é imediato. Com a classificação às semifinais, o Cruzeiro já acumula R$ 20.616.750 em premiação nesta Copa do Brasil, valor importante para manter o elenco competitivo e ajustar o caixa. A campanha começou na terceira fase, graças ao desempenho no último Brasileirão, e ganha agora um capítulo de peso com um clássico vencido de forma convincente.
O Mineirão viveu clima de final. Muito barulho, mosaicos, tensão normal de clássico e, no fim, festa azul. Dentro de campo, a arbitragem de Rafael Rodrigo Klein controlou bem os ânimos em uma partida com cartões distribuídos dos dois lados. Wanderson e Matheus Henrique foram advertidos pelo Cruzeiro; Hulk e Cuello, pelo Atlético. A expulsão de Arana perto do fim apenas confirmou a noite difícil do Galo no estádio.
Os treinadores também tiveram papel claro. Leonardo Jardim mexeu na hora certa, manteve os setores conectados e não abriu mão da segurança defensiva mesmo com a vantagem. Sampaoli buscou alternativas, adiantou peças e tentou mudar o corredor de criação, porém o Cruzeiro foi mais eficiente na leitura dos momentos de acelerar e de travar o jogo.
No horizonte, a semifinal da Copa do Brasil. O adversário será conhecido conforme o chaveamento da competição, e o Cruzeiro chega com moral elevada, presença de público em alta e um encaixe competitivo que ficou evidente no clássico. Para a torcida, fica a lembrança de uma noite em que o time foi intenso, frio e letal.
Serviço do jogo não vai aqui para não repetir formatação em negrito. Veja os dados do confronto abaixo.
- Placar: Cruzeiro 2x0 Atlético-MG
- Gols: Kaio Jorge (5' do 1ºT e 2' do 2ºT)
- Data e local: 11/09/2025, 19h30 (de Brasília), Mineirão, Belo Horizonte
- Público e renda: 61.584 pagantes; R$ 6.487.220,04
- Arbitragem: Rafael Rodrigo Klein (RS); assistentes Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Victor Hugo Imazu dos Santos; VAR de Rodrigo D'Alonso Ferreira
- Cartões amarelos: Wanderson e Matheus Henrique (Cruzeiro); Hulk e Cuello (Atlético-MG)
- Cartão vermelho: Guilherme Arana (Atlético-MG), aos 45' do 2ºT
Escalações: o Cruzeiro começou com Cássio; William, Fabrício Bruno, Villalba e Kaiki; Lucas Romero, Lucas Silva, Christian e Matheus Pereira; Wanderson e Kaio Jorge. No segundo tempo, entraram Walace, Sinisterra, Eduardo, Matheus Henrique e Gabigol. O Atlético-MG teve Everson; Gabriel Menino, Lyanco, Junior Alonso e Guilherme Arana; Fausto Vera, Igor Gomes e Alexsander; Gustavo Scarpa, Cuello e Hulk. Sampaoli acionou Rony, Alan Franco e Reinier ao longo da partida.
Clássico pede respostas rápidas e poucas concessões. O Cruzeiro entregou as duas coisas. Fez gol cedo, ampliou no retorno do intervalo e competiu cada dividida como se valesse a vaga — e valia. Quando o apito final soou, a classificação estava garantida e o Mineirão, azul.