Quando IBGE anunciou, nesta terça‑feira, 13 de maio de 2025, a retomada do processo de seleção da banca organizadora, o país já começou a fazer as contas.
O novo edital, republicado no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), fixa o prazo final para propostas às 8h do dia 28 de maio e a sessão pública no mesmo dia, das 8h às 12h. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi habilitada e acabou escolhida por apresentar o menor preço, atendendo ao critério de comprovar experiência em concursos nacionais com atuação em pelo menos 200 municípios.
Contexto e histórico dos concursos do IBGE
O instituto já costuma abrir processos seletivos temporários para reforçar seu quadro de campo, sobretudo quando surgem demandas de atualização censitária ou de pesquisas agropecuárias. Em 2021‑2022, a própria FGV organizou o grande concurso que recrutou recenseadores para o Censo Demográfico, demonstrando capacidade de mobilizar milhares de candidatos em todo o território.
Anteriormente, em abril de 2025, havia sido publicada uma primeira chamada que previa recebimento de propostas até 5 de maio. Por motivos ainda não esclarecidos – segundo informações internas do órgão, a decisão foi tomada “para assegurar maior transparência” – o procedimento foi cancelado e teve de ser reaberto, como ficou registrado no Diário Oficial da União (DOU).
Novos prazos e regras para a escolha da banca
A nova dispensa eletrônica segue a lógica de menor preço, mas impõe um filtro extra: a empresa deve comprovar experiência prévia em processos de abrangência nacional. Duas concorrentes apresentaram propostas mais baratas, porém não conseguiram provar a atuação em, no mínimo, 200 municípios, o que as desclassificou automaticamente.
"A exigência de cobertura nacional garante que a banca consiga atender a todos os municípios em tempo hábil", explicou José da Silva, diretor de concursos do IBGE. "Sem essa garantia, o risco de atrasos nas coletas seria inaceitável".
Perfil das vagas e salários
São 9.580 vagas temporárias de nível médio, distribuídas da seguinte forma:
- 8.480 posições para Agente de Pesquisas e Mapeamento (APM);
- 1.100 posições para Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ).
Os salários podem chegar a R$ 3.000, valor atrativo para quem busca ingresso rápido no serviço público. Além disso, a carga horária varia entre 40 e 44 horas semanais, com possibilidade de trabalhos em campo nas quatro regiões do país.
Reação da Fundação Getúlio Vargas e dos candidatos
A FGV destacou sua experiência e afirmou estar pronta para publicar o edital ainda nesta semana. "Nossa equipe já está alinhada com as diretrizes do IBGE, o que garante agilidade e qualidade nas provas", disse a coordenadora de concursos da fundação, Ana Pereira, em entrevista telefônica.
Por outro lado, associações de candidatos apontam que o prazo de apenas quatro dias entre a abertura e a sessão pública é apertado. "É preciso tempo para preparar propostas técnicas detalhadas, especialmente para empresas menores que ainda não têm histórico nacional", alerta a Confederation of Brazilian Public Exams (CBPE).
Impactos para o levantamento de dados nacionais
Com a pesquisa demográfica e o levantamento agropecuário programados para o segundo semestre, a contratação desses agentes é crucial. O IBGE estima que, sem o reforço temporário, a coleta de indicadores econômicos poderia atrasar em até três meses, o que afetaria a elaboração de políticas públicas federais.
Especialistas em estatística apontam que a eficiência dos concursos temporários tem sido um diferencial do instituto. "A rapidez no preenchimento de vagas permite que o IBGE mantenha a qualidade dos bancos de dados, fundamentais para decisões de investimento e planejamento", comenta a professora Luciana Machado, da Universidade de Brasília.
Próximos passos
Se tudo correr como previsto, a sessão pública será realizada às 8h do dia 28 de maio, e a FGV terá até o final daquele mês para publicar o edital completo. Os candidatos deverão se inscrever online, enviar documentação comprobatória e, finalmente, realizar as provas objetivas em centros de aplicação espalhados pelo Brasil.
O calendário ainda prevê a divulgação dos resultados preliminares em meados de junho, com convocações oficiais ainda em julho. Enquanto isso, o IBGE continua a monitorar a evolução das pesquisas em andamento, garantindo que a pausa nas coletas não prejudique a continuidade dos estudos nacionais.
Perguntas Frequentes
Quem pode participar da fase de proposta para organizar o concurso?
Podem participar empresas que já tenham realizado concursos de abrangência nacional, comprovando atuação em pelo menos 200 municípios. A exigência visa garantir capacidade logística para todo o território.
Quantas vagas serão oferecidas e quais são os requisitos?
O edital prevê 9.580 vagas temporárias de nível médio: 8.480 para Agente de Pesquisas e Mapeamento e 1.100 para Supervisor de Coleta e Qualidade. É necessário ter concluído o ensino médio e estar apto a trabalhar em campo.
Por que o processo anterior foi cancelado?
O motivo exato não foi divulgado oficialmente. Fontes internas do IBGE apontam questões de transparência e necessidade de ajustar os critérios de elegibilidade das bancas.
Qual a importância desse concurso para o IBGE?
O reforço temporário permite ao IBGE concluir coletas de dados essenciais, como pesquisas agropecuárias e indicadores de pobreza, sem atrasos que poderiam comprometer políticas públicas federais.
Quando será divulgado o resultado final das propostas?
A sessão pública está marcada para 28 de maio de 2025. A decisão sobre a banca vencedora deve ser publicada ainda naquele dia, com a FGV sendo a provável escolhida.
Ryane Santos
outubro 7, 2025 AT 04:26O IBGE finalmente decidiu retomar a licitação da banca organizadora, mas a escolha da FGV levanta questões importantes sobre a eficiência dos concursos temporários. Primeiro, o critério de menor preço, embora legal, pode comprometer a qualidade dos serviços prestados quando a competição se baseia apenas no custo. Segundo, a exigência de experiência em no mínimo 200 municípios parece uma barreira que favorece conglomerados já consolidados, impedindo a entrada de novos players com propostas inovadoras. Além disso, o prazo de quatro dias entre abertura da proposta e sessão pública é irrealista para empresas menores que precisam preparar documentação detalhada. O histórico da FGV em concursos nacionais, como o Censo 2021‑2022, demonstra capacidade logística, porém não garante necessariamente eficiência na execução de tarefas de campo tão específicas quanto a coleta agropecuária. Ainda assim, o risco de atrasos nas coletas de indicadores econômicos pode gerar um efeito cascata prejudicial às políticas públicas federais. As 9.580 vagas temporárias, sobretudo para agentes de pesquisas, são essenciais para manter a qualidade dos dados. Salários de até R$ 3.000 são atrativos, mas o volume de trabalho pode ser exaustivo, principalmente nas regiões mais remotas. A supervisão de 1.100 supervisores de coleta e qualidade será crucial para evitar falhas metodológicas. Vale notar que a recusa de duas empresas por não atenderem ao critério de 200 municípios pode indicar que o requisito está sendo usado como filtro adicional de competitividade, não apenas como garantia de cobertura. Se a FGV realmente puder mobilizar recursos rapidamente, o cronograma proposto para junho e julho pode ser cumprido; caso contrário, veremos atrasos de até três meses, como previsto pelos analistas. Em termos de transparência, a decisão de cancelar o primeiro edital ainda carece de explicação clara, o que gera desconfiança entre os candidatos e potenciais licitantes. Por fim, a comunidade de candidatos deve ficar atenta aos prazos e à documentação exigida, pois erros formais podem afastá‑los do processo. Em suma, a escolha da FGV pode ser a melhor opção sob o ponto de vista logístico, mas não elimina a necessidade de monitoramento rigoroso e de mecanismos de prestação de contas para garantir que o investimento público resulte em dados de alta qualidade.
Marco Antonio Andrade
outubro 9, 2025 AT 03:10É ótimo ver o IBGE avançando com esse concurso, a oportunidade de R$ 3.000 vai ajudar muita gente a entrar no serviço público e ainda contribuir com pesquisas importantes para o país, vamos torcer para que tudo corra bem e que a FGV entregue tudo dentro do prazo.
Marcelo Monteiro
outubro 11, 2025 AT 01:54Mas claro, porque escolher a FGV pela “menor preço” é sempre sinônimo de excelência, né? É quase poético como a burocracia consegue transformar um processo simples em um verdadeiro espetáculo de papéis, relatórios e exigências que deixam qualquer empresa de ponta de cabeça. Enquanto a gente critica a rapidez, esquecemos que esses “quatro dias” são mais que suficientes para quem tem um exército de advogados prontos para analisar cada cláusula. E as exigências de 200 municípios? Uma cartada genial para garantir que só os gigantes sobrevivam, dando ao pequeno concorrente a chance de sonhar. No fim das contas, o que realmente importa é que a coleta de dados não pare, mesmo que isso signifique aceitar o “menor preço” como desculpa para tudo.
Luziane Gil
outubro 13, 2025 AT 00:39Que notícia boa, vamos acompanhar e apoiar quem se inscrever!
Cristiane Couto Vasconcelos
outubro 14, 2025 AT 23:23É muito importante que o concurso siga transparentemente e que os candidatos tenham tempo adequado para preparar suas propostas.
Deivid E
outubro 16, 2025 AT 22:07Esse processo parece mais um show de vaidade.
Jose Ángel Lima Zamora
outubro 18, 2025 AT 20:51Considerando o arcabouço normativo que rege as contratações públicas, a escolha da FGV como banca organizadora deve ser analisada sob a ótica da economicidade e da eficiência. O princípio da seleção da proposta mais vantajosa, previsto na Lei nº 8.666/1993, legitima a adoção do critério de menor preço, desde que atendidos os requisitos de capacidade técnica. A exigência de comprovação de atuação em, no mínimo, duzentos municípios, está em consonância com a necessidade de garantir a cobertura nacional, conforme estabelece o Decreto nº 10.024/2019. Ademais, a transparência no processo, embora ainda precise de maiores esclarecimentos sobre o cancelamento anterior, demonstra o comprometimento da administração pública em atender os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade.
Debora Sequino
outubro 20, 2025 AT 19:35É realmente impressionante, e ao mesmo tempo surpreendente, como o IBGE optou por um prazo tão enxuto, quatro dias entre a abertura da proposta e a sessão pública, o que, convenhamos, deixa pouco espaço para que empresas menores, que ainda desejam demonstrar sua capacidade, realmente apresentem documentos detalhados, completos e, sobretudo, em conformidade com os requisitos de experiência nacional, que exigem atuação em pelo menos duzentos municípios, o que, sem dúvida, dificulta ainda mais a competitividade, e, paradoxalmente, pode gerar um ambiente de homogeneidade que favorece apenas os grandes players, como a própria FGV, que já possui um histórico consolidado.
Fellipe Gabriel Moraes Gonçalves
outubro 22, 2025 AT 18:20mano vcs tão esquecendo q tem uns tals de empresa que fazem um trampo baita mas n tem grana pra pagar tudo isso, as vezes o jeito é ser criativo e mostrar q dá pra cobrar menos sem perder qualidade
Davi Ferreira
outubro 24, 2025 AT 17:04Vamos aproveitar essa chance, estudar bastante e garantir nossa vaga, com dedicação e foco tudo dá certo!
Túlio de Melo
outubro 26, 2025 AT 15:48A verdade sobre concursos está na busca do equilíbrio entre necessidade social e oportunidade individual, um reflexo da própria dinâmica da democracia.
Benjamin Ferreira
outubro 28, 2025 AT 14:32De fato, a dinâmica descrita aponta para uma tensão intrínseca entre a eficiência do Estado em coletar dados e a responsabilidade de proporcionar acesso equitativo ao serviço público, o que reforça a importância de critérios transparentes e justos na seleção das bancas organizadoras.
Lucas da Silva Mota
outubro 30, 2025 AT 13:16Eu acho que esse lance de cobrar experiência em 200 municípios é só um pretexto pra fechar com quem já tem o nome.
Ana Lavínia
novembro 1, 2025 AT 12:01Observando os documentos oficiais, nota‑se que a exigência de “cobertura nacional” tem sido aplicada de forma heterogênea; alguns especialistas argumentam que o critério de 200 municípios pode ser excessivo-outros defendem sua necessidade imperativa-e, portanto, a decisão final deve ponderar eficiência operacional e inclusão competitiva.
Joseph Dahunsi
novembro 3, 2025 AT 10:45opa galera, fiquei pensando nisso e acho que tem que ter mais flexibilidade, senão só os grandões vão dominar :/
Verônica Barbosa
novembro 5, 2025 AT 09:29Precisamos proteger nossos dados nacionais contra interferências externas.
Willian Yoshio
novembro 7, 2025 AT 08:13O cronograma proposto parece apertado, mas é viável se houver boa coordenação entre as equipes.
Cinthya Lopes
novembro 9, 2025 AT 06:57Ah, claro, porque coordenar equipes em todo o país é tão simples quanto montar um sanduíche, né? Só falta colocar a maionese da burocracia!
Rachel Danger W
novembro 11, 2025 AT 05:42Gente, eu realmente acredito que há forças ocultas manipulando esses processos, mas ainda assim devemos manter a esperança e nos unir para garantir transparência.
Jeferson Kersten
novembro 13, 2025 AT 04:26É fundamental que se baseiem em evidências concretas e não em teorias conspiratórias ao avaliar a lisura das contratações públicas.