Na noite de 1º de maio de 2013, Grêmio Foot‑Ball Porto Alegrense venceu o Independiente Santa Fe por 2 a 1 na Arena do Grêmio, mas acabou eliminado nas oitavas de final da Copa Libertadores 2013Porto Alegre. O duelo marcou a primeira passagem de Roger Machado como técnico interino, após a suspensão de Vanderlei Luxemburgo. A combinação de pressão da torcida, duas expulsões e a regra do gol fora – que acabou decisiva – trouxe lições para o Tricolor.
Contexto histórico e a rota até as oitavas
O Grêmio chegava ao confronto depois de uma campanha irregular no Campeonato Gaúcho, onde havia sido eliminado ainda na fase de grupos. A sequência de cinco jogos sem vitória no Nacional também pesava nos bastidores, e Luxemburgo já havia provocado a torcida ao chamar a Arena de "fria". Por outro lado, o Santa Fe jogava como única equipe invicta da competição, tendo conquistado 5 vitórias e 2 empates nas fases de grupos e na fase de grupos de classificação.
O técnico colombiano, John Jairo Pérez, apostava na solidez defensiva e na velocidade dos pontas, especialmente de Wílder Medina, que despontava como artilheiro na primeira fase.
Primeiro jogo – 1ª partida (1 maio)
O árbitro local deu início ao duelo às 20h30, com a torcida tricolor cantando alto, apesar das críticas de Luxemburgo. O primeiro gol saiu aos 23 minutos do segundo tempo, quando Vargas – atacante de nome completo não divulgado – recebeu um cruzamento de Elano Bilica e cabeceou para o fundo da rede. Foi o terceiro gol desse jogador com a camisa gremista e o primeiro marcado em casa na Libertadores.
Do outro lado, o Santa Fe reagiu, mas ainda faltava equilíbrio. Aos 35 minutos da segunda etapa, Fernando Francisco Cañete ampliou o placar para 2 a 0, mesmo com o Tricolor jogando com dez homens depois da expulsão de Cris – sua segunda suspensão no torneio.
O empate veio com poucos minutos de jogo: Camilo Vargas, goleiro titular do Santa Fe, avançou na cobrança de escanteio e, de cabeça, empurrou a bola para o fundo da rede, fechando o marcador em 2 a 1. O resultado deixava o Grêmio com vantagem “casa‑fora”, mas ainda precisava marcar ao menos dois gols na partida de volta para avançar sem depender de critérios de desempate.
Segundo jogo – 2ª partida (16 maio)
Quatro semanas depois, a disputa se transferiu para o Estadio Nemesio Camacho El Campín, em Bogotá. O árbitro Roberto Silvera apitou a partida que começou às 21h30 (horário local).
Com a vantagem de um gol fora, o Grêmio precisava de ao menos dois gols para se classificar. A equipe entrou em campo com Elano no meio‑campo, apoiado por Souza e Welliton. No entanto, a partida virou um duelo tático: o Santa Fe fechou linhas e explorou os contra‑ataques.
A vitória chegou aos 79 minutos, quando Wílder Medina recebeu um passe em profundidade de John Valencia e finalizou de primeira, batendo o goleiro gremista Marcelo Grohe. O gol igualou o marcador agregado em 2 a 2, mas como o Santa Fe havia marcado fora de casa, avançou nos critérios de gol fora.
O Grêmio saiu derrotado sem conseguir o tão desejado gol de visitante. A falta de chances claras, combinada à solidez defensiva colombiana, selou a eliminação tricolor.
Reação dos envolvidos e análises técnicas
Após o apito final, Roger Machado declarou em entrevista coletiva que a equipe “mostrou raça, mas pagou o preço da falta de eficiência nas transições”. O técnico interino elogiou a postura de Elano, que “liderou o meio‑campo e tentou abrir as brechas”, mas reconheceu que a expulsão de Cris “desestabilizou a estrutura defensiva”.
Luxemburgo, ainda fora do banco, comentou que a torcida realmente “esquentou a arena” e que o erro foi subestimar a necessidade de marcar fora. A diretoria do Grêmio, representada por Paulo Nunes, já sinalizou mudanças no elenco para a próxima temporada, principalmente reforços no ataque.
Do lado colombiano, o técnico John Jairo Pérez elogiou a disciplina tática: “Conseguimos proteger o gol e aproveitar a oportunidade quando surgiu”. O gol de Medina foi descrito como “a prova de que a paciência valeu a pena”.
Impactos futuros para Grêmio e Santa Fe
Para o Grêmio, a eliminação representa o fim de uma campanha que já enfrentava críticas. A ausência de títulos continentais reforça a necessidade de reformulação no elenco e na comissão técnica. Analistas apontam que a falta de um goleador de referência na Libertadores pode ser um ponto crítico nas próximas temporadas.
No Brasil, o resultado provocou debates sobre a competitividade dos clubes sul‑americanos diante dos venezuelanos e colombianos, que vêm investindo em estrutura e comissão técnica.
Já o Santa Fe, ao avançar, garantiu uma vaga nas quartas‑de‑final, onde enfrentará o vencedor da partida entre Club Atlético River Plate (Argentina) e Club Bolívar (Bolívia). O próximo desafio será contra o River Plate, clássico sul‑americano que promete mais emoção.
O que vem depois?
O Grêmio encerrou a temporada com foco no Campeonato Brasileiro, onde busca melhorar o desempenho e evitar a situação de “casa fria”. Enquanto isso, o Santa Fe retorna ao calendário da Liga BetPlay, com jogos contra Once Caldas (19 maio) e Boyacá Chicó (24 maio), além da preparação para o duelo decisivo contra o River Plate.
Perguntas Frequentes
Como a expulsão de Cris impactou o Grêmio?
A primeira expulsão de Cris já havia deixado o time vulnerável; a segunda, na partida de ida, obrigou o Grêmio a jogar com dez homens por boa parte do segundo tempo. Isso drenou a energia da equipe e limitou as opções ofensivas, contribuindo para o empate que acabou sendo decisivo.
Qual foi a estratégia do Santa Fe para segurar o placar no segundo jogo?
A equipe colombiana adotou um bloco baixo, pressionando apenas nos momentos de bola parada. Quando surgiu a oportunidade, como o contra‑ataque de Medina aos 79 minutos, o time aproveitou a velocidade dos pontas para marcar o gol decisivo.
Por que o Grêmio precisava marcar dois gols na partida de volta?
Com a vitória por 2 a 1 em casa, o Tricolor tinha vantagem de um gol, mas o Santa Fe tinha o gol fora. Assim, o Grêmio teria que vencer por ao menos dois gols de diferença ou marcar um gol fora para superar o critério de gol afastado.
Qual a importância desse confronto para a história da Libertadores?
Foi a primeira vez que um clube brasileiro foi eliminado nas oitavas por conta do gol fora contra um time colombiano invicto até então. O resultado reforçou a competitividade da Copa e mostrou que a tradição não garante vitória sem planejamento tático.
Quem foram os destaques individuais na partida de ida?
Vargas abriu o placar com um gol de cabeça, enquanto Elano comandou o meio‑campo e deu o passe que culminou no segundo gol de Cañete. No Santa Fe, Camilo Vargas surpreendeu ao marcar o gol da vitória.
Daniel Oliveira
outubro 22, 2025 AT 20:39O confronto entre Grêmio e Santa Fe ficou marcado pela tensão que se acumulou ao longo dos dez minutos em que o Tricolor ficou com dez homens. A expulsão de Cris comprometeu seriamente a organização defensiva, obrigando o técnico a fazer ajustes improvisados. Roger Machado tentou compensar a ausência, colocando Elano como elemento de ligação entre defesa e ataque. No entanto, a falta de opções no ataque tornou a tarefa de criar oportunidades clara muito difícil. O primeiro gol de Vargas foi resultado de um cruzamento bem cronometrado, mas a defesa adversária ainda manteve a compostura. Cañete, ao dobrar a vantagem, aproveitou um erro de posicionamento que expôs a fraqueza no meio-campo gremista. O gol de empate, marcado por Camilo Vargas em cobrança de escanteio, ressaltou a criatividade inesperada dos goleiros em partidas decisivas. A pressão da torcida, apesar das críticas de Luxemburgo, criou um ambiente hostil para o time visitante. A estratégia de posse curta adotada por Machado não conseguiu quebrar o bloco defensivo colombiano. A falta de um centroavante de referência limitou a capacidade de converter cruzamentos em gols decisivos. No segundo duelo, a vantagem de um gol fora exigiu ao Grêmio marcar ao menos dois gols em Bogotá. O time entrou em campo com mais ritmo, porém encontrou um Santa Fe bem organizado e focado nas transições rápidas. O gol de Medina, marcado aos 79 minutos, foi consequência direta de um contra‑ataque bem ensaiado. Com o placar agregado empatado, o critério de gol fora decidiu o destino da equipe gaúcha. A eliminação acabou se tornando um ponto de reflexão sobre a necessidade de reforçar o ataque e melhorar a disciplina tática.
Ana Carolina Oliveira
outubro 28, 2025 AT 15:32Concordo que a expulsão mudou tudo; ainda bem que a galera não desistiu. A torcida fez o possível pra empurrar o time, mas precisamos de mais foco ofensivo. Vamos usar essa derrota como combustível pra melhorar nos próximos jogos. Aguenta, Tricolor, que vem fase boa ainda.
Bianca Alves
novembro 3, 2025 AT 10:25Interessante observar como o Santa Fe conseguiu segurar a pressão, não é? 😏 Enquanto isso, o Grêmio parece ter esquecido a importância dos gols fora. 🤷♀️ A estratégia ficar com 10 homens ainda demonstra falta de preparo. 📊
Bruna costa
novembro 9, 2025 AT 05:19É triste ver o time sofrer tanto com a falta de disciplina. A expulsão realmente prejudicou o ritmo e o entrosamento. Ainda assim, aprecio a garra que mostraram nos momentos críticos.
Carlos Eduardo
novembro 15, 2025 AT 00:12Quando tudo parece perdido, a explosão de emoções no estádio faz o coração acelerar. A partida virou um drama, mas o drama ainda tem graça quando a paixão explode em cada canto da Arena.